segunda-feira, 29 de agosto de 2011

Rock Brasil - Parte III (Jovem Guarda e Roberto Carlos) - por Rogério Moreira

Nesta terceira parte sobre a história do rock brasileiro, chegamos finalmente à "Jovem Guarda". 
Mas dentro da "Jovem Guarda", Roberto Carlos merece um capítulo especial. Então, vamos lá.

No ano de 1965, a TV Record transmitia ao vivo nas tardes de domingo os jogos do Campeonato Paulista de Futebol. Como o público diminuia nos estádios, a pedido dos clubes a Federação Paulista de Futebol proibiu a transmissão destes jogos.

Para suprir este espaço, a Record pensou em criar um programa musical voltado para a juventude, aproveitando o grande sucesso que os Beatles faziam no mundo. Após alguns testes, foram escolhidos Roberto Carlos e Wanderléa para serem os apresentadores ao lado do Tremendão, Erasmo Carlos.

Com o nome definitivo de Jovem Guarda, o programa foi ao ar pela primeira vez no dia 22 de agosto de 1965. A audiência patinava nos primeiros meses e até a Record achava que a "Jovem Guarda" duraria uns 6 meses (tempo de contrato que a emissora fez com o trio de apresentadores).
Mas aí, em novembro daquele ano, Roberto Carlos lançou esta música:  "'Quero Que Vá Tudo Pro Inferno' .

Para se ter uma idéia da dimensão que foi o sucesso da canção, cito algumas frases:
"'Quero Que Vá Tudo Pro Inferno' foi o fenômeno de massa mais intenso que eu vi na minha geração" (Caetano Veloso)

"Foi um impacto, fiquei muito empolgado. 'Quero Que Vá Tudo Pro Inferno' foi uma das primeiras músicas que aprendi tocar no violão"  (Djavan, que tinha 16 anos na época)

Realmente, esta música foi um mega-sucesso e transformou Roberto Carlos de um artista de um certo sucesso para um superstar. Ela atingiu todas as classes sociais e todo território nacional.

A partir desta canção, Roberto Carlos emplacou um hit atrás do outro. Na minha opinião, todos hinos do rock nacional.
Do mesmo disco que tinha "Quero que vá tudo pro inferno", destaco:
"Lobo mau", versão de "The Wanderer" do grupo americano Dion & the Belmonts.

"Pega ladrão"

"Mexericos da Candinha", em que Roberto criticava as fofocas em torno dele...

Do álbum seguinte, lançado em 66, saíram essas canções:

"Namoradinha de um amigo meu"

e "Negro gato"

E em 67, Roberto Carlos faria um filme no melhor estilo dos filmes que os Beatles fizeram ("Help!" e "Os Reis do Iê Iê Iê"), chamado "Roberto Carlos em Ritmo de Aventura"...E desta trilha estouraram.

"Eu sou terrível"

"Quando" (uma das cenas do filme, era de um show no telhado do edifício Copam, em São Paulo. Isso foi um ano antes do famoso concerto dos Beatles, no telhado da gravadora Apple, em Londres). 

"Você não serve pra mim"...

No início de 68, Roberto Carlos deixou o programa. Naquele mesmo ano ele venceria o Festival de San Remo, na Itália e, aos poucos, adotaria uma linha musical mais romântica.


Na próxima parte, falarei sobre os outros artistas que fizeram parte deste período.

Até lá!!!!

Para quem ainda não leu as duas primeiras partes do especial Rock Brasil, seguem abaixo os links:
  


Texto de Rogério da Hora Moreira
Programador da Rádio Metropolitana FM / São Paulo

Um comentário:

  1. sergio cunha bezerra1 de março de 2012 às 12:39

    Foi realmente uma transformação na musica nacional abrindo caminho para o rock e suas derivações sonoras...

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