segunda-feira, 1 de agosto de 2011

Os 70 anos de Ney Matogrosso

O blog “Papo do Som” faz uma homenagem a um dos maiores músicos da história do Brasil, que completa 70 anos em 01 de Agosto: Ney de Sousa Pereira, mais conhecido como Ney Matogrosso, cantor, coreógrafo, bailarino, dramaturgo e ator.


Nascido na cidade de Bela Vista, no Mato Grosso do Sul, adotou o sobrenome artístico ao se mudar para São Paulo, em 1971, quando iniciou a carreira.

Aos 17 anos, deixou a casa da família para ingressar na Aeronáutica. Depois, foi trabalhar no laboratório de anatomia patológica do Hospital de Base de Brasília. Mais tarde, foi convidado para participar de um festival universitário e chegou a formar um quarteto vocal.


Concentrou suas atenções no teatro, decidido a ser ator. Atrás deste sonho, ele desembarcou no Rio de Janeiro em 1966, onde passou a viver da confecção e venda de peças de artesanato em couro. Ney adotou completamente a filosofia de vida hippie.

Neste período, viveu entre o Rio, São Paulo e Brasília, até conhecer o produtor musical João Ricardo, que procurava um cantor de voz aguda para um conjunto musical e convidou Ney para ser o cantor do grupo Secos & Molhados, com o qual gravou dois discos, lançados pela extinta gravadora Continental, entre 1973 e 1974.


O grupo fez grande sucesso com músicas como: “O Vira”, “Rosa de Hiroshima”, “Sangue Latino”, “Assim Assado entre outros.




A revista Super Interessante de 2004 realizou uma matéria especial intitulada "Obras Fundamentais da História do Rock Brasileiro" em que escreveu sobre o primeiro álbum da banda: "Não há nada no mundo, nem feito antes, nem durante, nem depois, sequer parecido com o Secos & Molhados e o som que o grupo registrou em seu primeiro e antológico álbum."

Ney saiu dos Secos & Molhados em 1974. Mas o reconhecimento solo veio apenas em 1976, com o disco Bandido: Destaque para a canção "Bandido Corazón", composta por Rita Lee. 


Na seqüência, veio o disco "Pecado" (1977), em um repertório que misturou rock, bossa nova e tango.
O álbum Feitiço (1978) marcou a estréia na gravadora WEA, e trouxe alguns sucessos como "Bandoleiro".  

Outra música de sucesso deste álbum foi: "Não Existe Pecado ao Sul do Equador"

Já em "Seu tipo" (1979), onde tirou pela primeira vez a fantasia para se apresentar de cara limpa, o repertório foi puxado pela faixa-título, de autoria do então desconhecido Eduardo Dusek em parceria com Luís Carlos Góis. 

Ney terminou a década de 1970 e começou a de 80 totalmente transgressor, sendo ameaçado várias vezes pelo regime militar.
Nesse período, Ney lançou alguns dos maiores sucessos e regravações: "Homem com H", "Vida, Vida", "Pro dia nascer Feliz", "Vereda Tropical", "Amor Objeto", "Por Debaixo dos Panos", "Promessas demais", "Tanto amar", "Ando Meio Desligado", entre outros.

Um dos grandes hits dele: "Homem com H"

Ney Matogrosso influenciou uma geração de artistas, e também tem várias músicas temas de novelas e minisséries na TV.
Com uma obra rica, é considerado um dos intérpretes brasileiros mais produtivos da história.


Abaixo algumas músicas importantes da carreira de Ney Matogrosso.

"Rosa de Hiroshima”, bela canção do começo de carreira, com os Secos & Molhados.

Sangue Latino”, outro grande sucesso com os Secos & Molhados. É a primeira faixa do primeiro disco da banda.


"Vida, Vida", de 1981 

"Pro dia nascer Feliz", participação clássica dele na primeira edição do Rock in Rio, de 1985.

 "Por Debaixo dos Panos", música de 1982.

"Vereda Tropical", tema da novela da TV Globo, de 1984.

Essa é uma das minhas favoritas: “Balada do Louco”, regravação feita em 1986, do sucesso do grupo Os Mutantes.
"Dizem que sou louco por pensar assim
Se eu sou muito louco por eu ser feliz
Mas louco é quem me diz
E não é feliz, não é feliz"



Texto de Daniel Vito

Um comentário:

  1. Adorei o seu texto sobre o Ney Matogrosso.
    Uma justa homenagem a este grande ícone da música nacional.
    Parabéns pelo blog!
    Bjs

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