Continuando nossa série, hoje falo sobre o pessoal que fez parte do movimento da Jovem Guarda ao lado de Roberto Carlos. Na verdade, o movimento deveria se chamar "Iê-Iê-Iê" (Inspirado no refrão de "She loves you", dos Beatles) e não "Jovem Guarda", pois muitos artistas que são identificados com aquele período jamais fizeram parte do programa como Eduardo Araújo e Ronnie Von.
Começo com o Erasmo Carlos. No programa, ele imitava as roupas e o estilo de seu ídolo, Elvis Presley. Aqui ele canta a música que fala sobre seu apelido "O Tremendão".
Já a "Ternurinha", Wanderléa chamava atenção não somente por ser loira de olhos verdes, mas também por seus estilo sensual de interpretar suas música..."Prova de fogo"... foi um de seus maiores sucessos.
Os cariocas do Renato & Seus Blue Caps se destacavam por suas versões, especialmente dos Beatles...O curioso é que muitas vezes os discos do grupo eram lançados antes que a música original fosse lançada no Brasil, chegando a fazer mais sucesso por aqui. "Menina linda" é um caso destes.
"Você não soube amar", versão de "It's gonna be all right", do Gerry & the Pacemakers, é outro caso.
Outro grupo de destaque foram Os Incríveis.
A música "Era um garoto que como eu amava os Beatles e os Rolling Stones"...versão de um sucesso do italiano Gianni Morandi.
Alguns membros dos Incríveis fizeram parte, posteriormente, de grandes grupos do rock brasileiro. O baterista Netinho fez parte do "Casa das Máquinas" e o saxofonista Manito, do "Som Nosso de Cada Dia".
Embora Eduardo Araújo não tenha participado do programa, a música "O bom" é fortemente associada a Jovem Guarda.
Uma característica interessante é que vários nomes lembravam muito o estilo de certos artistas estrangeiros...Leno & Lilian tinha o jeito da dupla Sonny & Cher.
Já o grupo Os Caçulas, é praticamente um The Mamas & the Papas tupiniquim... Com a música "A Chuva que Cai"
Outros nomes importantes que merecem ser lembrados: Os Vips, Wanderley Cardoso, Jerry Adriani, The Jordans, The Jet Black's, Deni & Dino, Silvinha, Waldirene, Bobby di Carlo, Ed Wilson, Martinha, Golden Boys, Trio Esperança, entre outros.
No início de 1968, o programa já era incomodado na audiência por Silvio Santos, na TV Tupi. O estilo ingênuo das músicas também começava a se desgastar. Roberto Carlos percebendo isso deixa o programa em janeiro daquele ano. Erasmo e Wanderlea tentam levar o programa por mais algum tempo, até sair do ar definitivamente alguns meses depois.
Na próxima parte, falarei sobre a ajuda do Tropicalismo para o nosso rock e duas grandes bandas: Mutantes e Made in Brazil!
Até lá.
Para quem ainda não leu as três primeiras partes do especial Rock Brasil, seguem abaixo os links:
Texto de Rogério da Hora Moreira
Programador da Rádio Metropolitana FM / São Paulo
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