Em função da total falta de tempo, fazia 10 dias que não escrevia um texto para o blog... Mas apesar da correria dos trabalhos, sempre que possível, colocarei novos posts e bater papo sobre esta paixão que é a música....
Vou apresentar mais um quadro “Você se Lembra”... e vamos viajar nos anos 70 com um artista que foi “marginalizado”, porém, é autor de uma das músicas mais legais da MPB. Estou falando de Sérgio Sampaio, autor do sucesso "Eu Quero É Botar Meu Bloco na Rua".
Ele nasceu no dia 13 de abril de 1947 em Cachoeiro de Itapemirim, Espírito Santo, mesma cidade de Roberto Carlos.... Sempre foi grande fã de rádio, até que conseguiu trabalho numa emissora da cidade natal, como locutor.
Na década de 60 mudou-se para o Rio de Janeiro, onde continuou atuando como radialista. Frequentou a vida boêmia carioca, atraído pela música e a bebida; morou em pensões baratas e até na rua, chegando a mendigar comida.
No Rio de Janeiro conheceu o baiano Raul Seixas, então produtor musical da gravadora CBS (atual Sony Music), dando início a uma longa amizade e parceria. Raul é considerado o "descobridor" de Sérgio Sampaio.
Sérgio Sampaio e Raul Seixas |
Em 1970 lançou-se como cantor, dividindo com Raulzito, Miriam Batucada e Eddy Star o disco "Sociedade da Grã-Ordem Kavernista Apresenta: Sessão das Dez".
No ano de 1972 lançou um disco com a música "Eu Quero É Botar Meu Bloco na Rua", com a qual classificou-se para o 7º Festival Internacional na Canção.
A música foi um estouro, tornando-se hit no carnaval de 1973.
Uma canção gostosa de se ouvir, uma ótima interpretação.
O curioso é que mesmo com a faixa de grande sucesso, o álbum foi um fracasso comercial e de crítica.
Gravou mais dois discos: em 1976 o LP "Tem Que Acontecer", pela Continental e em 1978 "Sinceramente", por uma gravadora independente, que também não emplacaram boas vendagens.
Completamente afastado da mídia, a carreira só experimentou um recomeço no início da década de 1990, quando velhos sucessos foram novamente lançados por Elba Ramalho, Luiz Melodia, Roupa Nova e outros.
Em 1994 acertou com a gravadora Baratos Afins o lançamento de um disco com músicas inéditas, mas por consequência da vida desregrada, morreu vítima de pancreatite, em 15 de maio do mesmo ano, antes de concretizar o projeto.
O cantor Lenine disse que Sérgio Sampaio foi um nome marginalizado e que equipara a Tim Maia e Raul Seixas, como um dos "malditos" da música popular brasileira.
Em 1998 foi lançado CD tributo "Balaio do Sampaio", uma homenagem póstuma em que vários intérpretes executam as suas composições.
Fica aqui a lembrança de uma excelente canção que marcou época.
Texto de Daniel Vito
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